Por volta do ano 1000, os habitantes índios da região atualmente ocupada pelo município foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século XVI, quando chegaram os primeiros exploradores europeus à região, ela era ocupada por um desse povos tupis: os tupinambás, também chamados tamoios6 . Estes praticavam a pesca, a caça e o cultivo de mandioca. Mantiveram estreitas relações com corsários e contrabandistas franceses, que frequentavam a localidade para comprar pau-brasil (Caesalpinia echinata), pimenta e outros produtos nativos.
A Praia de Caravelas ganhou este nome porque ali Américo Vespúcio teria aportado, em 1503. Os franceses contrabandeavam pau-brasil com ajuda dos tupinambás porque os franceses, ao contrário dos portugueses, não demonstravam ambição colonial, mas apenas o desejo de comerciar. Em 1555, Villegaignon veio fundar a França Antártica, que durou 20 anos, até os portugueses reunirem um exército que, em 1575, derrotou os franceses e massacrou 10 000 índios, dizimando os tupinambás. Em 1617, os portugueses, aliados aos índios goitacás, expulsaram definitivamente os franceses da península e exterminaram os tupinambás. Proibiram a pesca em todo o litoral, de Campos a Maricá, para que a região não pudesse se sustentar de forma independente. João Fernandes, que hoje dá nome a uma praia, em 1679 teria sido condenado a morrer no tronco, apenas pelo crime de pescar nas águas de Búzios.
Em meados do século XVII, a vila foi invadida por franceses e ingleses. Foi base de piratas, ponto de tráfico de pau-brasil e de desembarque de escravos africanos. Na Praia de Manguinhos, pode-se apreciar o cais de pedra feito pelos escravos. Mais tarde, os franceses foram expulsos pelos portugueses após sangrentas disputas que dizimaram significativamente a população indígena. No século XVII, ela era uma pequena vila de pescadores com cerca de vinte casas.
O litoral entre Campos e Maricá foi destinado à lavoura e criação de gado, e começou o desembarque de negros africanos para as fazendas. Em 1720, Brás de Pina montou, na península, uma armação de baleias que durou 50 anos. Quando um navio carregado de escravos escapou de um naufrágio, em 1743, esse negociante, atribuindo o milagre a santa Ana, mandou erguer uma capela na colina entre as praias da Armação e dos Ossos.
Com a proibição do tráfico de escravos em águas brasileiras, em 1850, o desembarque clandestino floresceu. José Gonçalves, o maior traficante da região, continuou a fazer fortuna nesse deplorável comércio humano, levando a marinha inglesa a desembarcar fuzileiros navais em Búzios. Após a abolição da escravatura, em 1888, os ex-escravos fundaram uma povoação na Rasa, onde já existia um poderoso quilombo.
No fim do século, durante a guerra dos corsos, o navio Vingadores, de bandeira corsa argentina, bombardeou a costa de Búzios, como mostra o óleo sobre tela no Museu Histórico de Búzios, situado na Rua das Pedras. No final do século XIX e início do século XX, Búzios começou a receber imigrantes portugueses que se uniram ao grupo de pescadores locais, ensinando-lhes novas técnicas de pesca. Nesse século, foi também criada a armação dos peixes de Búzios que consistia numa estrutura para capturar peixes, ocasionando então o nome do balneário: Armação dos Búzios.
Também se caçavam baleias para a extração de seu óleo, que era usado tanto para a iluminação da cidade de Rio de Janeiro quanto para exportação. Os ossos dos animais capturados eram enterrados na praia ao lado da Praia da Armação, dando origem ao nome de uma das mais famosas praias de Búzios, a Praia dos Ossos. Tempos depois, a área foi destinada para lavoura e criação de gado, sendo a pesca nesse trecho do litoral proibida. Terminada a proibição, a economia local permaneceu por longo período baseada na pesca e na agricultura em pequena escala até meados do século XX, quando surgiu uma nova atividade na região: o turismo.
Na década de 1930, Eugene Honold comprou terras por toda a península e começou a produzir e exportar bananas. Um incêndio destruiu toda a plantação e esse empresário alemão deixou a cidade. Nos anos 1950, seus herdeiros fundaram a Companhia Odeon e o lugar começou a desenvolver um turismo seletivo, preservando a antiga arquitetura. Em 1964, Brigitte Bardot refugiou-se em Búzios e a fama de lugar paradisíaco correu o mundo.
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